Acordar. Café, talvez uma torrada com creme de ricota. Uma laranja. Quarenta minutos de uma caminhada leve. Chuveiro rápido. Um vestido leve. Lavanda Johnson. Alongamento. Mentalizar de um futuro próximo de sossego. Estudar. Estudar. Estudar. Peito de frango. Salada. Suco de acerola. Quarenta minutos de uma leitura de alguma coisa que não caia no concurso. Banho. Aula. Aula. Aula. O rosto de uma amiga e uma conversa amena pra não esquecer a parte social da vida e um café. Aula e aula. Chegar em casa com a noção do tanto que falta. Dormir uma hora. Estudar. Estudar. Estudar. Achar que não vai dar tempo. Estudar. Certeza que não vai dar tempo. Estudar. Estudar. Manter sanidade e bom humor com uma ou duas conversas não relacionadas com pessoas queridas e uma fruta e leite enquanto se encara um pacote lacrado de batatas fritas. Estudar. Banho. Cama. Levantar da cama porque o colchão é uma porcaria. Reclamar do colchão mentalmente e soltar um ou dois (mil) palavrões porque o colchão é uma porcaria. Pensar que precisa dar certo. Tentar ficar de bom humor. Fechar os olhos e listar cinco coisas aleatórias. Repetir que não interessa no que isso dê, está no lugar exato onde deveria estar. Dormir ou quase isso. 
E torcer pra ser suficiente.

Foto: Cânion em território dos índios navajos, nos EUA. (Foto Angiolo Manetti/National Geographic Photo Contest)


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1 comentários:

    Séfora disse...

    Parece-me a descrição de uma rotina de sobrevivência, porém há pingos de otimismo e perspectiva que embora discretos são perfeitamente percebíveis. Não sei se posso, mas sempre pego os textos de outros e carrego de significado pessoal. Embora as circunstâncias sejam diferentes, faço isso acreditando na minha identificação para com os sentimentos e a sensibilidade (pelos quais sou solidária) de quem escreve.

  1. ... on 25 de janeiro de 2012 às 09:08